MetaBIX, a startup uruguaia que está revolucionando a previsão de doenças em animais de produção

Usando inteligência artificial, hardware e biotecnologia, a empresa monitora infecções transmitidas pelo ar, ajudando a controlar a disseminação de doenças como gripe aviária, salmonela e influenza.
"Sem dúvida, ter a tecnologia preparada para uma possível nova pandemia é crucial para qualquer país, independentemente de sua localização no mapa." É assim que Laura Maccio, cofundadora da metaBIX BiotecnologiaEm uma entrevista com a Tribu, o CEO da Tribu, o Dr. Giuseppe Gómez, descreve a missão da startup uruguaia de biotecnologia. Fundada em 2022 por uma equipe multidisciplinar, seu principal objetivo é inovar na previsão e prevenção de doenças em animais de produção.
Para conseguir isso, o metaBIX se concentra na tecnologia de análise ambiental, aproveitando a inteligência artificial, o hardware especializado e a biotecnologia avançada para avaliar a pressão da infecção no ar. Isso permite alertas antecipados pelo menos duas semanas antes da ocorrência de surtos infecciosos.
Embora ainda seja jovem, a startup está se posicionando como uma das principais participantes no gerenciamento de riscos microbiológicos para o setor agrícola. Atualmente, ela tem uma rodada de financiamento de $1 milhão quase totalmente garantida, juntamente com o apoio iminente de um fundo de investimento dos EUA para facilitar seu pouso suave no mercado norte-americano.
"Ainda podemos obter financiamento adicional, pois estamos solicitando quase $3 milhões em subsídios dos EUA. Posteriormente, nos prepararemos diretamente para nossa rodada da Série A até o final de 2026 ou em 2027. Portanto, para os investidores em estágio inicial, o momento de entrar é agora, porque depois disso, iremos direto para a Série A", explica Maccio.
Isso representará outro marco para uma startup que conseguiu transformar as limitações do setor agrícola de seu país de origem em uma vantagem. "Os setores de avicultura e suinocultura do Uruguai são mercados muito pequenos porque o país não exporta essas matérias-primas em grande escala, ao contrário do gado. São mercados muito restritos, mas excelentes para conduzir projetos-piloto e aprender com seus resultados", acrescenta Maccio.
Por esse motivo, o metaBIX iniciou suas operações piloto no Uruguai e no Equador, um mercado com características semelhantes. Hoje, seu foco está na ampliação das vendas no Brasil e no lançamento de seus primeiros projetos-piloto na Índia e nos Estados Unidos, como parte de sua estratégia de expansão para mercados de alto valor e alta demanda. "Uma única granja avícola de médio porte na Índia representa um terço de toda a produção avícola do Uruguai", ressalta.
Resultados
De acordo com Maccio, o equipamento do metaBIX é capaz de detectar patógenos como influenza de campo, micoplasmas, salmonela, bordetella, bronquite viral e gripe aviária. Em um caso, dois produtores de aves no Uruguai - um especializado em aves reprodutoras e o outro em galinhas poedeiras - estavam enfrentando graves perdas e não conseguiam identificar a origem do surto.
"Os métodos convencionais foram testados, e até o Ministério da Pecuária coletou amostras sem chegar a uma conclusão. Nossa tecnologia, no entanto, foi capaz de determinar que o problema era causado por um coronavírus: a bronquite aviária, variante 23, que surgiu na Ásia anos atrás e depois se espalhou pelo Brasil, causando prejuízos significativos", explicou.
Além disso, Maccio afirma que a startup oferece preços acessíveis aos clientes graças à sua política de baixa barreira de entrada. Isso permite que o metaBIX desenvolva novos produtos, como serviços de consultoria para seguro saúde.
Para a equipe do metaBIX, a prevenção de doenças é apenas o começo.
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