O bem-estar animal supera as preocupações ambientais dos consumidores de carne e laticínios

Um recente estudo revela que as considerações sobre o bem-estar animal influenciam significativamente as escolhas dos consumidores em relação a carnes e laticínios, superando as preocupações com a sustentabilidade ambiental. Embora os consumidores reconheçam a importância da sustentabilidade, outros fatores, como sabor, qualidade e bem-estar animal, orientam predominantemente suas decisões de compra.

O estudo, realizado em cinco países europeus - Tchecoslováquia, Espanha, Suécia, Suíça e Reino Unido - pesquisou 3.192 participantes. Os entrevistados classificaram a importância de vários fatores ao comprar carne e produtos lácteos, em uma escala de 1 (nada importante) a 5 (extremamente importante). Esses fatores incluíam:

  • Atributos gerais: frescor, qualidade/sabor, alimentação saudável, nutrição, preço, processamento, ofertas especiais, conveniência de uso/preparação e familiaridade com a marca.
  • Atributos de bem-estar animal: bem-estar animal, criação ao ar livre/ao ar livre e alimentação a pasto.
  • Atributos de sustentabilidade ambiental: produção local, embalagem sustentável, quilômetros de alimentos, pegada de carbono e orgânicos.
  • Sustentabilidade socialComércio justo ou garantia de que os produtores/agricultores sejam remunerados de forma justa.

Os resultados indicaram que o frescor, a qualidade/sabor e o bem-estar animal foram priorizados de forma consistente em todos os países pesquisados. Fatores ambientais, como quilômetros de alimentos, pegada de carbono e produção orgânica, foram menos influentes nas decisões de compra. Entretanto, os rótulos de sustentabilidade ainda eram vistos como benéficos.


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O Dr. Andy Jin, Professor Sênior de Gerenciamento de Riscos da Universidade de Portsmouth e coautor do estudo, enfatizou a natureza multifacetada do comportamento do consumidor. Ele observou que os consumidores valorizam mais as informações relacionadas ao bem-estar animal, à segurança alimentar, à saúde e à nutrição do que à sustentabilidade ambiental ao fazerem suas escolhas alimentares.

Os resultados do estudo destacam a necessidade de estratégias abrangentes de rotulagem que abordem vários atributos do produto, indo além das considerações ambientais apenas. Essa percepção é fundamental para os formuladores de políticas, produtores e varejistas que pretendem atender à crescente demanda por produtos sustentáveis.

O Dr. Jin sugeriu ainda que os rótulos, por si só, podem não ser suficientes para alterar o comportamento do consumidor, especialmente entre aqueles com baixa intenção de comprar produtos sustentáveis. Ele defendeu a adoção de medidas políticas adicionais, como estímulos ou intervenções comportamentais, para ajudar os consumidores a alinhar suas atitudes com comportamentos de compra sustentáveis.

A pesquisa, publicada na revista Food Quality and Preference, foi um esforço de colaboração entre as universidades de Portsmouth e Newcastle, no Reino Unido, a Universidade Sueca de Ciências Agrícolas, a Universidade de Córdoba, na Espanha, a Universidade Mendel, na República Tcheca, e a Agroscope, na Suíça.

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